
Não é de hoje que os cães se aproximam da minha empresa mortos de fome, buscando um pouquinho de comida para sobreviver, ou procurando abrigo, um teto, muitas vezes perdidos e machucados. E sempre os acolhemos com amor e respeito, que é o que eles merecem.
A primeira a chegar foi Lilica, que resgatei das ruas. Um dia, eu estava indo a uma reunião de trabalho e vi a cadelinha, que era filhote na época, debaixo de chuva, com um corte na cabeça e sangrando, na rua da empresa. Levamos ela para dentro, tratamos da sua ferida, alimentamos, demos todos os cuidados e Lilica foi ficando. Até o dia de hoje.
Lilica cresceu mais do que a gente poderia imaginar. Uma grandona desajeitada, pronta para explorar cada canto do escritório. Como esquecer aquela imagem dela entrando pela porta, balançando o rabo e procurando por um lanchinho? Seu jeito peculiar de animar nosso ambiente de trabalho sempre trazia sorrisos e risadas para todos nós. Lilica, sem dúvida, era a alma alegre que transformava nosso escritório em um lar acolhedor.
Mas ela foi muito mais do que apenas uma mascote divertida. Os cães nos mostram que, mesmo nos momentos mais difíceis, não estamos sozinhos. A presença amorosa e desinteressada da Lilica preencheu os espaços em meu coração e trouxe luz para todos que puderam “trabalhar” com ela.
Porque Lilica era mais do que uma simples cachorra resgatada da rua. Era a personificação da lealdade, da bondade e do amor incondicional. Seu crachá da equipe de Marketing era apenas uma pequena prova de como ela conquistou o coração de todos que cruzaram seu caminho.
Hoje, me despeço da Lilica com uma mistura de tristeza e gratidão. Obrigada por cada momento de alegria. Embora você já não esteja mais aqui conosco, sua memória viverá eternamente em nossos corações.
Descanse em paz, minha querida amiga. Feliz de ter tido a oportunidade de te resgatar e ter sido resgatada também por você.
Inocência Manoel