
O etarismo é um problema social que se refere à discriminação ou preconceito baseado na idade de uma pessoa. Embora muitas vezes negligenciado, o etarismo pode ter consequências prejudiciais para a saúde mental e bem-estar das pessoas que são alvo dessa discriminação.
Recentemente, um vídeo viralizou nas redes sociais mostrando um grupo de universitárias em São Paulo debochando de uma colega por ter “40 anos”. O vídeo gerou uma onda de indignação nas redes sociais, com muitas pessoas criticando o comportamento das universitárias e denunciando a atitude como etarista.
Esse incidente destaca a importância de combater o etarismo em todas as suas formas. É importante lembrar que a idade não deve ser um fator que determine o valor ou a dignidade de uma pessoa. Todos merecem respeito e igualdade, independentemente da idade.
Além disso, a atitude das universitárias mostra como o etarismo pode ser uma forma de exclusão e marginalização. Pessoas mais velhas muitas vezes são vistas como menos capazes ou menos importantes, o que pode levar a um tratamento injusto ou desigual.
E, veja bem, estamos falando de uma pessoa de 40 anos, que hoje sabemos estar no auge da produtividade!
Eu estou no auge, numa de minhas fases mais atuantes e criativas. É por isso que vejo o etarismo como uma regressão. Sobre como se nós, em vez de olhar para a frente, estivéssemos andando para trás.
O etarismo é uma regressão, pois coloca a idade como critério de valorização da pessoa, ignorando todo o seu potencial e experiência acumulada ao longo da vida.
Um estudo realizado pela Fundação Perseu Abramo em 2018 revelou 45% dos entrevistados afirmaram que já testemunharam alguma forma de discriminação contra pessoas mais velhas.
Em relação ao mercado de trabalho, uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o Sesi apontou que 76% das empresas brasileiras não têm políticas específicas para lidar com o envelhecimento da força de trabalho. Além disso, 65% dos entrevistados afirmaram que as pessoas mais velhas enfrentam discriminação no mercado de trabalho.
Outro estudo, realizado pelo Instituto Locomotiva em 2019, mostrou que 52% dos brasileiros já foram vítimas de piadas ou comentários ofensivos por causa da idade. Além disso, 67% dos entrevistados afirmaram que acreditam que as pessoas mais velhas são vistas como incapazes de aprender coisas novas.
Esses dados mostram que o etarismo é uma realidade presente na sociedade brasileira e que é preciso trabalhar para combatê-lo. É importante promover a inclusão e valorização de pessoas de todas as idades em todos os aspectos da vida, além de conscientizar a população sobre os prejuízos que a discriminação pode trazer para a saúde mental e bem-estar das pessoas.
O incidente com as universitárias em São Paulo, que acabou por expor a vítima e com a saída das alunas do curso em que estavam, é uma oportunidade para refletir sobre o etarismo e o impacto que ele pode ter em nossas vidas e na sociedade como um todo.