A letra de música no título traduz muitas coisas, mas fala principalmente de estilo de vida. Queria ter mais tempo para escrever sobre os cabelos que, ao longo da história, ocuparam diferentes status e há muito envolvem uma mística. Talvez a mais célebre seja a história bíblica de Sansão, que tem o cabelo cortado por Dalila para que perca a força e seja derrotado por Filisteus.
Símbolo de força e poder, o cabelo ainda é tema de polêmicas na Europa, quando envolvido no véu islâmico (hijab, niqab, shador e burca).
Lisos ou crespos, soltos ou presos, de homens e de mulheres, os cabelos encantam os mais distraídos. Por força de ofício acompanho o crescente número de mulheres negras que estão soltando o cabelo, amarrados há anos por um discurso que diz “serem ruins e feios”. Sobre essa mulher quero escrever algumas linhas. Muitas delas assumem um estilo black power, ou outras formas de resistência expressas nas músicas de Nina Simone, no ativismo político de Steve Biko, nas canções de Tim Maia, Caetano, Sandra Sá, Chico César e tantos outros que não cabem num artigo.
Mulheres começam a fazer resistência à um discurso que sempre existiu, mas que está se disseminando rapidamente nas ondas conservadoras Brasil e mundo afora. Tal discurso que quer determinar o lugar da mulher no mundo cresce nas redes sociais, como também cresce os movimentos de resistência, de afirmação de identidade e de auxílio. Há muitos grupos e blogs que tentam conscientizar às mulheres que sofrem preconceito pelo estilo de seu cabelo.
Qualquer gênero pode adotar o estilo de cabelo que gosta ou se identifica: