
Taí uma coisa que você deveria repetir de hoje em diante, por todos os seus dias: estupro é crime, e pronto.
O caso, que nem é tão recente assim, da influenciadora digital Mari Ferrer, fez todo mundo dormir ontem com um nó na garganta depois de um vídeo da audiência do julgamento ser divulgado pelo site The Intercept .
Nele, podemos assistir 4 homens, que se alternaram em humilhar, acusar, se omitir ou se calar, e uma jovem precisando se justificar por suas escolhas (de roupas, de fotos, de atitudes) – apesar de o próprio julgamento acontecer por algo que ela não pôde escolher: ser estuprada.
O termo culposo surgiu logo em seguida, na mídia, mas fundamentado pela lógica absurda acatada pelo juiz que inocentou o acusado André de Camargo Aranha. Segundo o promotor responsável pelo caso, não havia como André saber, durante o ato sexual, que a jovem não estava em condições de consentir a relação, “não existindo a intenção de estuprar”.
Atacada pela defesa do acusado, de forma extremamente covarde, a jovem pedia sozinha ao juiz: “Excelentíssimo, eu tô implorando por respeito, nem os acusados são tratados do jeito que estou sendo tratada, pelo amor de Deus, gente.”
Sim, pelo amor de Deus, gente. É preciso olhar para as nossas meninas, nossas jovens, nossas mulheres, que estão há tanto tempo dizendo que não querem mais ser essas vítimas.
A cada 11 minutos uma mulher é estuprada no Brasil, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). A violência atinge centenas de mulheres diariamente de diversas formas: assédio, violência doméstica, feminicídio, cultura do estupro, machismo, entre outros. E perpetua-se na sociedade construindo um mundo cada vez mais perigoso para o gênero feminino.
Se você precisava de casos para ilustrar, temos esse, entre tantos outros. O termo estupro culposo não existe, de fato, mas ele é quase que uma tentativa de, mais uma vez, colocar na vítima a responsabilidade pelo crime.
Sejam homens, meus senhores. Chega de passar pano para estuprador.
Inocência Manoel
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