Mulheres Negras Rumo a um Planeta 50-50 em 2030

 

 

ISABELA - CABELO
imagem: G1 – Globo.com

Li a matéria ontem no G1[i]. É bom para a menina Izabella que a família tenha conversado após o constrangimento que passou por ter seu cabelo cortado  e alisado “sem consentimento”, conforme notícias.  Mas, não deixo de comentar que o cabelo era muito lindo, e que tal situação evidencia os conceitos e preconceitos presentes na sociedade brasileira.

Cabelo é identidade, é como você se percebe no mundo. Importantíssimo para as mulheres, como todos sabem. Cabelo liso ou cacheado é sempre uma escolha da pessoa. O cabelo cacheado, por ser mais fino, necessita de maiores cuidados como hidratação e nutrição. E antes que alguém diga que estou fazendo marketing, escrevo sobre tal fato apenas para lembrar que as mulheres negras representam 55,6 milhões de pessoas, correspondendo a 25% da população brasileira e quase inexistem na representação política. São a maioria nos indicadores de pobreza, com remuneração média de 41% menor que homens brancos. São as mais vulneráveis e a maioria nas estatísticas sobre violência contra à mulher no país, conforme Atlas da Violência 2018. Ou seja, isso não é “mimimi” como se vê em muitos comentários nas redes sociais, inclusive comentários de mulheres.

A Plataforma 2030 da ONU Brasil tem o Comitê  “Mulheres Negras rumo a um Planeta 50-50 em 2030” reivindicando um “novo pacto civilizatório, baseado no direito à vida e à liberdade…” (detalhes no link acima). Portanto, há um movimento que coloca as mulheres negras no centro dos debates. Ou como disse Nadine Gasman[ii], representante da ONU Mulheres Brasil, “é necessário reconhecer o protagonismo das mulheres negras […] como sujeitas ativas de direitos, para identificar ações e investimentos públicos e privados para que as mulheres negras não fiquem para trás no desenvolvimento sustentável.

Quando a pauta é cabelo não estamos falando somente de beleza ou de estética (crítica do gosto), mas falando de pessoas. E é sempre bom que estas tenham autoestima, não somente como estímulo para lutarem pela realização de seus sonhos e projetos, mas para que todos possamos integrar um círculo virtuoso, como também estabelece a Agenda 2030 da ONU. Ou alguém acredita que vamos evoluir socialmente enquanto deixarmos para trás milhões em condições extremamente desiguais?

Para detalhes da Agenda 2030, veja no formato PDF em português (clique aqui).

 

Inocência Manoel – Fundadora INOAR Cosméticos

 

[i]https://g1.globo.com/mg/vales-mg/noticia/meus-colegas-comecaram-a-me-zoar-falaram-que-eu-tinha-levado-um-choque-conta-menina-que-teve-cabelo-alisado.ghtml

[ii] http://www.onumulheres.org.br/planeta5050/

 

 

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