
O mercado brasileiro da beleza é um dos mais importantes do mundo. Aqui somos referência, movimentamos a economia, geramos emprego e renda. Porém, ao mesmo tempo em que estamos em uma das áreas mais promissoras para os profissionais, continuamos a enfrentar problemas pela informalidade do negócio.
Recentemente, soube que um grande profissional da área, amigo e parceiro em eventos da Inoar, vem enfrentando uma doença grave e está sem condições de trabalhar. O que acontece com os cabeleireiros neste caso, desamparados pelo sistema?
Com a crise econômica que o Brasil vem enfrentando, milhões de pessoas perderam o emprego formal – e se reinventaram das mais variadas formas. São justamente estes profissionais, que vivem na informalidade, que ajudaram a reduzir as taxas de desemprego.
Uma realidade que diversos profissionais da beleza vivem. Com os altos custos necessários para abrir e manter uma empresa, não é raro que cabeleireiros, manicures, esteticistas vivam sem CNPJ, recebendo pelo serviço prestado apenas, sem qualquer registro, para sobreviver.
Cada vez mais qualificados, porque o mercado exige, são talentos sem CLT, sem férias, sem 13o salario, sem auxílio-doença, licença-maternidade – benefícios mais do que importantes.
Sobra muito trabalho, faltam todos os direitos. Sem qualquer questão política (embora eu possa passar horas falando disso), minha visão aqui tem sido prática: a atual legislação trabalhista tem protegido cada vez menos trabalhadores e a informalidade aumenta porque cada vez menos trabalhadores conseguem ser absorvidos pelas empresas por contrato formal – e porque é cada vez mais difícil manter uma empresa no Brasil.
Meu amigo está doente e são os amigos que vêm procurando formas de ajudar, pois seu caso o impede de ficar de pé. Trabalho nunca faltou, nem talento. Porém sem executar suas funções, ele não recebe. Estamos trabalhando uma campanha do projeto Beleza Solidária, da Inoar, e conversando com profissionais que querem ajudar.
Temos algumas certezas nesta vida: vamos envelhecer e vamos morrer. Em algumas situações, podemos ficar doentes. As mulheres vão ter filhos. Independentemente de termos uma carteira assinada, essas coisas vão acontecer.
A lei da vida, a meu ver, realmente não conversa com a lei dos homens.
Perfeito o seu texto! E com a reforma das leis trabalhistas e da previdência que está porvir a situação de quem trabalha na informalidade ficará mais prejudicada ainda!!
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Desde quando me formei já sabia por meio de palestras na escola que nossa área era muito carente de leis e defesas. Nossa área apesar de ser glamorosa, esbarra na falta de apoio se de políticas sérias para nos ajudar nesses momentos difíceis… acho que deveria haver alguém com uma certa influência e conhecimento de leis ou que possa criar alguns projetos de leis referentes a este assunto.
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